Daniel
I. Dutra, um dos autores da The King,
é formado em Letras (UCPEL) e Mestre em Literatura Comparada
(UFRGS). É autor de Literatura de Ficção-Científica no Cinema: A
Máquina do Tempo — do Livro ao Filme (UFPEL, dois mil e dez) um
estudo sobre a obra de H.G. Wells, e da antologia A Eva Mecânica e
outras Histórias de Ginoides (Literata, dois mil e treze), seu livro
de estreia. Tem contos publicados nas antologias Deus Ex-Machina —
Anjos e Demônios na Era do Vapor (Estronho, dois mil e onze),
Erótica Fantástica Vol. I (Draco, dois mil e doze) e Solarpunk
(Draco, dois mil e doze). Contato com o autor
(danieldutra316@gmail.com).
- Daniel, como você e a literatura se conheceram?
Meu
interesse pela literatura começou pela ficção-científica, gênero
que eu já apreciava em outras mídias. Foi quando tive meu primeiro
contato com a antiga Coleção Argonautas, que publicava
ficção-científica, e o qual ganhei de presente de um amigo, que
comecei a ler com frequência.
- Por que a profissão de escritor lhe interessou?
Não
creio que escritor possa ser chamado de profissão no Brasil porque
são pouquíssimos que conseguem viver de literatura. Na verdade eu
não considero tanto um escritor, mas um ensaísta disfarçado de
escritor. Escrevo porque tenho certas ideias na cabeça, e colocá-las
no papel é uma forma de compreender meus pensamentos, e a ficção é
o meio perfeito.
- Por que participar de uma antologia?
Antologias,
principalmente as temáticas, são uma boa forma de o escritor
exercitar a imaginação, pois o obriga a escrever sobre temas que,
em outras circunstâncias, provavelmente não escreveria. Por
exemplo: meu conto “Gary Johnson”, publicado na antologia
Solarpunk
da
editora Draco, e que eu considero meu melhor trabalho até agora,
jamais teria acontecido não fosse a antologia propor o tema energia
alternativa, assunto que, até então, nunca me ocorrera escrever a
respeito.
- Fale um pouco sobre a The King?
Antologias
homenageando um determinado autor são uma ótima oportunidade para
autores brasileiros demonstrarem seu aprecio pelos seus ídolos.
- Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Complicado,
principalmente no que tange o limite de caracteres, que acaba
dificultando a escrita dos autores. Mas entendo a necessidade de
editoras em estabelecer limites e regras de submissão de textos.
- Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Estamos
vivendo um momento bom. Há um interesse, embora ainda tímido, em
publicar literatura nacional.
- Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
É
muito difícil, mas não impossível.
- De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
A
internet causou uma revolução, pois permitiu que muitos autores e
editoras de diversas regiões do país com ideias e objetivos
semelhantes pudessem se organizar e trocar ideias, além, é claro,
de ser um ótimo veiculo de divulgação.
- Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
Na
verdade não sou muito influenciado por King. O que eu e ele temos em
comum é que ambos fomos influenciados pelos mesmos escritores,
principalmente H.P. Lovecraft. Entretanto, sou um grande fã de
adaptações de King para o cinema, especialmente os filmes
“Christine – O Carro Assassino” e “Langoliers – Fenda no
Tempo”.
- Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Eu
acabei de lançar, pela editora Literata, meu primeiro livro, chamado
“A Eva Mecânica e outras Histórias de Ginoides”, uma antologias
de contos de ficção-científica que se passam no mesmo universo, e
tratam das ginoides (o feminino de androide) e as consequências
sociais num mundo futuro. É uma espécie de “Eu, Robô”, do
Isaac Asimov visto numa perspectiva sexoafetiva.
Entrevista
realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul
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