Gutemberg
Fernandes, um dos autores da The King,
é mineiro, amante de literatura em todas suas vertentes. Começou a
escrever por influência dos livros de Bernard Cornwell e tem como
principais referências para sua escrita, autores como Neil Gaiman,
William Gibson, George Orwell, H.P. Lovecraft entre outros. Publicou
na antologia Sobrenatural: Contos Fantásticos o conto Sombras da
Alma, a noveleta A Legião das Almas Perdidas no Volume Amarelo da
Fantástica Literatura Queer pela Tarja Editorial e em dois mil e
treze publicará A Palavra Feita Carne na antologia Erótica
Steampunk pela Editora Onitorrinco. Contato com o autor
(gutosnaketaylor@gmail.com)
- Gutemberg, como você e a literatura se conheceram?
Desde
pequeno eu tive interesse pela leitura. No começo eram quadrinhos da
Marvel ou da Turma da Mônica, os quais comprava com frequência e
lia rapidamente. Conforme fiquei mais velho comecei a pegar alguns
livros da série Vaga-lume com uma professora, que me fez criar um
verdadeiro interesse pela literatura em sua forma mais tradicional.
Daí em diante vieram as leituras de C.S. Lewis, J.R.R. Tolkien,
Machado de Assis, Neil Gaiman, Stephen King, Bernard Cornwell e
alguns outros.
- Por que a profissão de escritor lhe interessou?
Principalmente
por dois motivos. O primeiro deles ligado de forma direta a uma busca
de conciliar algo prazeroso para mim com o que possa também ajudar a
pagar contas no futuro. O segundo é a necessidade de conseguir
externar a profusão de histórias, e ideias de histórias, para que
mais pessoas pudessem compartilhar das mesmas. E, fazendo das
palavras de Neil Gaiman as minhas, também deve ser por não precisar
acordar cedo.
- Por que participar de uma antologia?
Acredito
que participar de antologias possa ser uma oportunidade muito boa
para criar uma espécie de portfólio. Desta forma o autor consegue
ter a possibilidade de alcançar mais pessoas e também experimentar
mais com relação à temática de seus trabalhos.
- Fale um pouco sobre a The King?
Como
já comentei antes, acredito que as antologias sejam uma oportunidade
para que sejam experimentadas e nada melhor do que um pequeno conto
para isso. Com relação a The King, meu interesse foi principalmente
por ter que desenvolver algo que estivesse fora da minha zona de
conforto e diretamente ligada a obra de um dos autores mais
prolíficos e renomados da atualidade. E foi realmente um grande
desafio até ter conseguido encontrar algo com que trabalhar tendo em
consideração tais fatores.
- Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Penso
que tudo deve começar a partir da escolha de como será a temática
da antologia. Depois os detalhes mais burocráticos e técnicos que
comporão o regulamento devem ser discutidos e ajustados para que por
fim se abram as seleções. Quando estas terminam acho que começa o
real problema para os organizadores de qualquer antologia: encontrar
os textos que casem em harmonia com a proposta da antologia e que
apresentem qualidade para a mesma.
- Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Atualmente acredito
que a melhor opção para um autor que queira ser publicado e não
possui experiência ou relevância no cenário é procurar por
editoras menores que estarão mais dispostas a dar uma chance ao seu
trabalho. Penso também que a chegada da Amazon, e suas políticas de
publicação individual, possa causar uma mudança nesse panorama e
alavancar o mercado para escritores emergentes.
- Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Sim,
posso dizer que sim. É claro que primeiro devemos analisar que a
pergunta é mais abrangente do que simplesmente ‘é possível viver
como escritor no Brasil’. Logo acredito que a literatura como um
todo – desde as partes de revisão, copidesque e organização de
antologias – oferece bastante opções e oportunidades para que um
bom profissional em tais áreas se destaque e tenha uma boa carreira.
- De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
Além
de ser uma ótima forma de pesquisa para o desenvolvimento de
histórias, ela é uma ótima forma de se criar seu networking. Mas
acredito que o principal ponto em que a internet pode favorecer é
diante da maior possibilidade de interação com o leitor.
- Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
Stephen
King, juntamente de H.P Lovecraft e Edgar Allan Poe, é uma das
minhas referências literárias quando se trata de terror/horror.
Vejo a obra do King como um interessante norte e também uma forma de
revigorar o próprio gênero. Ao colocar o horror em presença do
cotidiano, Stephen King conseguiu gerar um novo tipo de apreensão,
mostrando que o pior pode acontecer em qualquer lugar, para qualquer
pessoa.
Particularmente
no conto que fora escolhido para compor a The King, a influência do
autor veio após a leitura de uma noveleta presente em Full Dark, No
Stars. A Good Marriage foi o estopim para que O Som de Seus Sussurros
nascesse como um conceito e logo ganhasse forma em uma velocidade que
surpreendeu até a mim mesmo.
- Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Para
este ano além desta publicação há outra antologia na qual
publiquei um conto – Erótica Steampunk, da Editora Ornitorrinco.
Também continuo escrevendo para a seleção em outras antologias e
espero o resultado de algumas. E ao final do ano devo começar o
processo de edição de um romance de fantasia urbana chamado Sombras
da Alma.
Entrevista
realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul
Nenhum comentário:
Postar um comentário