sexta-feira, 19 de julho de 2013

Entrevista com os autores da The King (16): Gutemberg Fernandes



Gutemberg Fernandes, um dos autores da The King, é mineiro, amante de literatura em todas suas vertentes. Começou a escrever por influência dos livros de Bernard Cornwell e tem como principais referências para sua escrita, autores como Neil Gaiman, William Gibson, George Orwell, H.P. Lovecraft entre outros. Publicou na antologia Sobrenatural: Contos Fantásticos o conto Sombras da Alma, a noveleta A Legião das Almas Perdidas no Volume Amarelo da Fantástica Literatura Queer pela Tarja Editorial e em dois mil e treze publicará A Palavra Feita Carne na antologia Erótica Steampunk pela Editora Onitorrinco. Contato com o autor (gutosnaketaylor@gmail.com)

  1. Gutemberg, como você e a literatura se conheceram?
Desde pequeno eu tive interesse pela leitura. No começo eram quadrinhos da Marvel ou da Turma da Mônica, os quais comprava com frequência e lia rapidamente. Conforme fiquei mais velho comecei a pegar alguns livros da série Vaga-lume com uma professora, que me fez criar um verdadeiro interesse pela literatura em sua forma mais tradicional. Daí em diante vieram as leituras de C.S. Lewis, J.R.R. Tolkien, Machado de Assis, Neil Gaiman, Stephen King, Bernard Cornwell e alguns outros.

  1. Por que a profissão de escritor lhe interessou?
Principalmente por dois motivos. O primeiro deles ligado de forma direta a uma busca de conciliar algo prazeroso para mim com o que possa também ajudar a pagar contas no futuro. O segundo é a necessidade de conseguir externar a profusão de histórias, e ideias de histórias, para que mais pessoas pudessem compartilhar das mesmas. E, fazendo das palavras de Neil Gaiman as minhas, também deve ser por não precisar acordar cedo.

  1. Por que participar de uma antologia?
Acredito que participar de antologias possa ser uma oportunidade muito boa para criar uma espécie de portfólio. Desta forma o autor consegue ter a possibilidade de alcançar mais pessoas e também experimentar mais com relação à temática de seus trabalhos.

  1. Fale um pouco sobre a The King?
Como já comentei antes, acredito que as antologias sejam uma oportunidade para que sejam experimentadas e nada melhor do que um pequeno conto para isso. Com relação a The King, meu interesse foi principalmente por ter que desenvolver algo que estivesse fora da minha zona de conforto e diretamente ligada a obra de um dos autores mais prolíficos e renomados da atualidade. E foi realmente um grande desafio até ter conseguido encontrar algo com que trabalhar tendo em consideração tais fatores.

  1. Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Penso que tudo deve começar a partir da escolha de como será a temática da antologia. Depois os detalhes mais burocráticos e técnicos que comporão o regulamento devem ser discutidos e ajustados para que por fim se abram as seleções. Quando estas terminam acho que começa o real problema para os organizadores de qualquer antologia: encontrar os textos que casem em harmonia com a proposta da antologia e que apresentem qualidade para a mesma.

  1. Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Atualmente acredito que a melhor opção para um autor que queira ser publicado e não possui experiência ou relevância no cenário é procurar por editoras menores que estarão mais dispostas a dar uma chance ao seu trabalho. Penso também que a chegada da Amazon, e suas políticas de publicação individual, possa causar uma mudança nesse panorama e alavancar o mercado para escritores emergentes.

  1. Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Sim, posso dizer que sim. É claro que primeiro devemos analisar que a pergunta é mais abrangente do que simplesmente ‘é possível viver como escritor no Brasil’. Logo acredito que a literatura como um todo – desde as partes de revisão, copidesque e organização de antologias – oferece bastante opções e oportunidades para que um bom profissional em tais áreas se destaque e tenha uma boa carreira.

  1. De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
Além de ser uma ótima forma de pesquisa para o desenvolvimento de histórias, ela é uma ótima forma de se criar seu networking. Mas acredito que o principal ponto em que a internet pode favorecer é diante da maior possibilidade de interação com o leitor.

  1. Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
Stephen King, juntamente de H.P Lovecraft e Edgar Allan Poe, é uma das minhas referências literárias quando se trata de terror/horror. Vejo a obra do King como um interessante norte e também uma forma de revigorar o próprio gênero. Ao colocar o horror em presença do cotidiano, Stephen King conseguiu gerar um novo tipo de apreensão, mostrando que o pior pode acontecer em qualquer lugar, para qualquer pessoa.
Particularmente no conto que fora escolhido para compor a The King, a influência do autor veio após a leitura de uma noveleta presente em Full Dark, No Stars. A Good Marriage foi o estopim para que O Som de Seus Sussurros nascesse como um conceito e logo ganhasse forma em uma velocidade que surpreendeu até a mim mesmo.

  1. Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Para este ano além desta publicação há outra antologia na qual publiquei um conto – Erótica Steampunk, da Editora Ornitorrinco. Também continuo escrevendo para a seleção em outras antologias e espero o resultado de algumas. E ao final do ano devo começar o processo de edição de um romance de fantasia urbana chamado Sombras da Alma.

Entrevista realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul


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