Leônidas Grego, um dos autores da The King, é desenhista de histórias em quadrinhos e ilustrador de
livros didáticos. Fez teatro por alguns anos, atuando como ator, diretor e
autor. Escreve contos e livros para crianças. Já desenvolveu diversos projetos
para empresas voltados para a educação em prevenção aos acidentes no trabalho.
É autor de diversas peças para teatro infantil e comédias para adultos.
Recentemente lançou o livro O Príncipe do Futebol, pela Editora Multifoco.
E-mail para contato (grego.desenho@gmail.com).
1.
Lêonidas, como você e a literatura se
conheceram?
Com
amigos leitores( em bibliotecas públicas) e um irmão leitor de quadrinhos e
livros. Sempre fui impulsionado pela leitura. Até mesmo bula de remédios, lia
de forma compulsiva. Fui uma criança e adolescente que achava muitos livros no
lixo da vizinhança, tirava a poeira e levava para casa. Achava caixas de livros
e revistas – eu tinha uma vizinhança rica que jogava livros fora. Interessante
que tenha sido muito importante na minha vida, como leitor, ter tido os
encontros mais importante de minha vida com os livros dessa forma. Uma vez
estava indo jogar bola com os amigos nas proximidades de minha casa. Tinha um
campinho de várzea, pequeno, conhecido como campinho da Caveira – quando
roçaram o local foi encontrada uma caveira de boi, daí terem lhe dado tal nome.
O lixão ficava na esquina, ali as pessoas jogavam o lixo. Passando, vi duas
caixas cheias de revistas e livros. Tratei de ficar com os livros e as
revistas. Quase todos seguiram para o baba( pelada), fiquei com mais três
disputando o achado(risos). Eu devia ter entre 11 e 13 anos. Há 03 anos, eu
estava numa lan-house, muito distante de minha casa, chuviscava. Era uma tarde
de sábado, foi quando vi um carro estacionar. No lixo, de mais uma esquina, o
sujeito abriu a mala do carro e jogou mais de 30 livros no lixo, entre eles a
Bíblia. Fui correndo com o gerente da lan-house, e disputamos os livros (
risos). Encontrar livros, de forma mais insólita, parece ser coisa do destino.
Vez em quando, encontro livros em acentos de praças, jardins, cadeiras de
teatro, bancos de ônibus.
2.
Por que a profissão de escritor lhe
interessou? Por que adoro escrever e tenho ideias(muitas) para escrever livros.
Gosto muito de ler e de escrever.
3.
Por que participar de uma antologia? Uma
oportunidade para publicar, conhecer novos autores, editores e formar leitores,
além de incrementar a produção, desenvolver a escrita, ampliar a capacidade de
criação, formar leitores.
4.
Fale um pouco sobre a The King? Uma ideia
fenomenal, pois, foi com Poe e Stephen King que me iniciei nas histórias de
mistério, depois dos filmes de terror que passavam na tv e das hq de terror que
lia e colecionava.
5.
Como você define o processo que envolve
a compilação de uma antologia? Fabuloso e monstruoso – reunir num único livro
diversos autores, estilos diferentes e com uma linha editorial única. A
antologia, hoje é o grande achado da literatura feita no Brasil.
6.
Como você vê o mercado editorial
brasileiro para os novos autores?
Inexistente,
quase entre as grandes editoras que preferem importar livros de autores
famosos, de outros países. Com o advento da net se ampliou as possibilidades no
mercado, pois, o autor poderá produzir e publicar de forma independente, sem
que precise ter um editor, uma editora. Temos o Amazon, e editoras de e-books,
que são para todos. Hoje, um autor, mesmo amador poderá ficar conhecido da
noite para o dia. As pequenas editoras precisam estar de olho nesse quesito, e
formar um time de autores que lhes possa dar retorno.
7.
Em sua opinião, é possível viver de
literatura no Brasil? Acho, caso o autor trilhe o caminho certo e encontre um
veio para explorar. Eu gosto de contos e de histórias de terror, e desenvolvo
livros para o leitor juvenil. Não dando para sobreviver, seria inteligente usar
como segunda opção de atividade profissional.
8.
De que maneira a internet atua em sua
vida de escritor? De forma global, exploro muito. Redes sociais, sites
diversos, blogs.
9.
Qual a influência de Stephen King em sua
literatura? Muito, no seu estilo e ideias. Ele é um referencial, incontestável.
10.
Para encerrar: quais teus planos daqui
pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações? Quero publicar
muitos livros, participar de muitas antologias, e procurar formar um público
leitor. Algo tem que acontecer. Penso em desenvolver séries de contos de
terror, em seguida livros na mesma linha com estórias completas – romances na
linha. Tenho mais de 60 livros na gaveta, de diversas linhas editoriais –
escrevo infantil, terror, juvenil, eróticos e humor.
Entrevista realizada
pela Editora Multifoco – Unidade Sul
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