quinta-feira, 11 de julho de 2013

Entrevista com os autores da The King (11): Fabio Baptista


Fábio Baptista é um dos autores da The King. O autor sempre teve apreço pela leitura. Aos dez já havia lido boa parte das histórias do Sherlock Holmes e gasto muitas mesadas com gibis. Queria ser roteirista de história em quadrinhos, mas por algum motivo inexplicável acabou na área de análise de sistemas. É casado e tem um filho que está começando a ler. Toma a literatura como passatempo, mas esforça-se bastante para escrever textos com qualidade acima do medíocre. Ainda não conseguiu, mas continua tentando. Contato (fabiobaptista.writer@gmail.com).

1. Fabio, como você e a literatura se conheceram?
Fomos apresentados através de uma coleção de livros infantis de histórias clássicas (Peter Pan, Pinóquio, Branca de Neve, Mágico de Oz, etc.), que minha vó lia para mim. Ela sempre dizia “não vou ler essa palavra feia” e pulava um diálogo do Homem de Lata. Isso me motivou a aprender a ler o quanto antes e no final acabei descobrindo, com certa decepção, que a tal “palavra feia“ era algo do tipo “boboca”. Depois vieram outras coleções, gibis, muitos gibis. E muito Sherlock Holmes. Antes dos 10 já havia lido praticamente todos os livros. Curiosamente meu gosto pelas histórias de investigação acabou ali.

2. Por que a profissão de escritor lhe interessou?
Sempre tive a sorte de contar com uma certa facilidade para expor minhas ideias através da escrita, mandava bem nas redações (passei no vestibular por causa disso), respostas dissertativas, etc. E também sempre gostei de inventar histórias para meus personagens preferidos – meu sonho era ser roteirista e desenhista de HQs, mas em algum lugar do caminho eu desisti disso para me focar em uma profissão de retorno financeiro mais garantido (análise de sistemas). Há uns dois ou três anos venho tentando escrever contos de maneira mais “profissional”, mas ainda é muito mais um hobby do que qualquer outra coisa.

3. Por que participar de uma antologia?
Acredito ser o caminho mais simples para escritores novatos conquistarem um pouco de espaço no meio impresso. No futuro pretendo usar isso como currículo também, tipo “publicado em tais antologias...”, para tentar algo maior. Não sei se é uma boa ideia, mas por enquanto não tenho outra.

4. Fale um pouco sobre a The King?
Há um ano e meio tenho enviado contos para todas as antologias e concursos que encontro pela frente. E fico pesquisando constantemente por atualizações. Numa dessas pesquisas, encontrei as antologias da Multifoco, em homenagem ao Stephen King e ao Edgar Alan Poe. A temática me agradou de imediato, o gênero terror é um dos meus preferidos. Fiquei realmente muito feliz em ser um dos selecionados.

5. Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Acredito que deve dar um bocado de trabalho ler todos os contos que são submetidos, escolher os melhores, os que mais se enquadram no tema proposto, etc. Pelo que vi no arquivo preliminar enviado para avaliação dos autores, o resultado dessa antologia em particular ficou muito bom.

6. Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Bom, sou bem novato nesse ramo, mas pelo que vi até agora a tendência é que as editoras prefiram os nomes consagrados. É bastante compreensível, pois todos querem/precisam lucrar e nomes consagrados tendem a vender mais do que nomes desconhecidos, independentemente dos méritos literários. Também observei que existem muitos novos autores... na verdade, às vezes desconfio que existam mais autores do que leitores no Brasil. Mas enfim, excluindo o fator “sorte”, para os novos autores a melhor e talvez única porta de entrada seja essa das antologias. Até que ganhem destaque e tornem-se minimamente conhecidos, a ponto de almejar uma publicação solo.

7. Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Infelizmente acho que não, com raríssimas exceções. Gostaria muito de um dia ser uma dessas exceções, mas tenho os pés bem fincados no chão quanto as chances disso acontecer. Leitura não é um hábito do nosso povo e isso não vai mudar a curto prazo.
8. De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
Não tenho uma “presença on-line” muito grande. Só tenho um blog pouco atua-lizado, um twitter menos atualizado ainda. Não tenho nem Facebook. Participo de poucas comunidades. Ah, coloquei alguns contos para vender na Amazon também, mas não fiz muito sucesso (risos). Aliás, para ser sincero, até que vendi mais do que esperava, pela pouca divulgação que fiz (estou com um conto no top 10 de ficção científica). Por enquanto ninguém pediu o dinheiro de volta e isso é um bom sinal. Acabo utilizando a internet mais como ferramenta de pesquisa de antologias, concursos, etc.

9. Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
Olha, devo confessar que li bem menos Stephen King do que gostaria/deveria. Li apenas um conto dele (muito bom aliás), não cheguei a ler um romance completo. Pretendo mudar isso em breve.

10. Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações? 
Tenho mais uns 5 ou 6 contos a escrever para participar de antologias diversas. Além dessa (The King), tenho dois contos já selecionados para outras coletâneas, que talvez sejam publicados ainda esse ano (tomara que sejam!). Participarei do prêmio Sesc novamente (fiquei entre os finalistas dessa edição, espero um pouco mais de sorte na próxima). Depois disso pretendo me dedicar a um romance. Tenho 3 histórias “engatilhadas”, ainda estou pensando em qual vou focar. Acho que até a copa eu termino. A de 2022 no Qatar...

Entrevista realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul

Nenhum comentário:

Postar um comentário