Gabriela
Marra, uma das autoras da The King,
é veterinária e professora de inglês. Escreve contos fantásticos
nas horas vagas, participou da Antologia Contos Medonhos da Editora
Multifoco. Contato com a autora (gabicmarra@uol.com.br).
Gabriela, como você
e a literatura se conheceram?
Quando prestei
atenção já se estabelecera um motocontínuo de quatro fases: a
leitura, a escrita, meus sonhos e eu.
Por que a profissão
de escritor lhe interessou?
Escrevo apenas como
um complemento das atividades profissionais de magistério e saúde
pública.
Por que participar
de uma antologia?
As relações com o
tema, os autores correlatos, os organizadores, funcionam como um
processo de sedução/encantamento. Geralmente partem de um “estalo”
inicial, um motivo para debruçar olhar especial, e depois
afinidade/intimidade que se constrói.
Fale um pouco sobre
a The King?
Organizar uma
antologia em homenagem a um dos grandes mestres do terror, Stephen
King, foi uma bela iniciativa. O livro reúne ótimos textos. Fico
muito feliz por participar junto aos talentosos autores que compõe
esta obra.
Como você define o
processo que envolve a compilação de uma antologia?
Ainda não tive a
oportunidade de enfrentar o desafio de coordenar a compilação de
uma antologia.
Como você vê o
mercado editorial brasileiro para os novos autores?
O escritor precisa
ser um rebelde na busca de canais para difundir seu trabalho. Este
não é um debate novo embora permaneça muito atual, vale para o
Brasil como é regra na maior parte do mundo: o monopólio das
grandes editoras se esconde atrás de um falso discurso a respeito da
propriedade intelectual para manter o jugo e o lucro sobre a produção
literária. Este jugo recai com peso exponencial sobre os novos
autores.
Em sua opinião, é
possível viver de literatura no Brasil?
Umas poucas exceções
que emergem de um mar de frustrações são apresentadas como fetiche
para justificar a equação que domina o setor. Na verdade, somente
algumas fatias específicas produzem retorno financeiro significativo
aos autores, como livros didáticos ou infantis.
De que maneira a
internet atua em sua vida de escritor?
A comunicação por
via eletrônica tornou-se uma ferramenta importante, tanto como
laboratório da escrita como para efetiva divulgação, mas não pode
ser tratada como redentora, pois tem suas limitações. A literatura,
a leitura e a escrita, o processo de criação, podem ter momentos de
isolamento, porém são cultivados essencialmente na humanidade
coletiva, forjadas no calor das relações humanas, no rigor que só
pode ser produzido encontrando pessoas, debatendo ideias. Nisso, o
ambiente não presencial tem limitações profundas.
Para encerrar:
quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga,
projetos, publicações?
Prossigo na trilha
dos contos fantásticos, geralmente temperados com terror. Escrevo
sempre, despretensiosamente, sem um plano definido. Gosto de me
encontrar entre os acasos.
Entrevista
realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul
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