quarta-feira, 17 de julho de 2013

Entrevista com os autores da The King (14): Gabriela Marra


Gabriela Marra, uma das autoras da The King, é veterinária e professora de inglês. Escreve contos fantásticos nas horas vagas, participou da Antologia Contos Medonhos da Editora Multifoco. Contato com a autora (gabicmarra@uol.com.br).

         Gabriela, como você e a literatura se conheceram?

Quando prestei atenção já se estabelecera um motocontínuo de quatro fases: a leitura, a escrita, meus sonhos e eu.

Por que a profissão de escritor lhe interessou?

Escrevo apenas como um complemento das atividades profissionais de magistério e saúde pública.



Por que participar de uma antologia?

As relações com o tema, os autores correlatos, os organizadores, funcionam como um processo de sedução/encantamento. Geralmente partem de um “estalo” inicial, um motivo para debruçar olhar especial, e depois afinidade/intimidade que se constrói.


Fale um pouco sobre a The King?
Organizar uma antologia em homenagem a um dos grandes mestres do terror, Stephen King, foi uma bela iniciativa. O livro reúne ótimos textos. Fico muito feliz por participar junto aos talentosos autores que compõe esta obra.

Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?

Ainda não tive a oportunidade de enfrentar o desafio de coordenar a compilação de uma antologia.

Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?

O escritor precisa ser um rebelde na busca de canais para difundir seu trabalho. Este não é um debate novo embora permaneça muito atual, vale para o Brasil como é regra na maior parte do mundo: o monopólio das grandes editoras se esconde atrás de um falso discurso a respeito da propriedade intelectual para manter o jugo e o lucro sobre a produção literária. Este jugo recai com peso exponencial sobre os novos autores.


Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?

Umas poucas exceções que emergem de um mar de frustrações são apresentadas como fetiche para justificar a equação que domina o setor. Na verdade, somente algumas fatias específicas produzem retorno financeiro significativo aos autores, como livros didáticos ou infantis.


De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?

A comunicação por via eletrônica tornou-se uma ferramenta importante, tanto como laboratório da escrita como para efetiva divulgação, mas não pode ser tratada como redentora, pois tem suas limitações. A literatura, a leitura e a escrita, o processo de criação, podem ter momentos de isolamento, porém são cultivados essencialmente na humanidade coletiva, forjadas no calor das relações humanas, no rigor que só pode ser produzido encontrando pessoas, debatendo ideias. Nisso, o ambiente não presencial tem limitações profundas.



Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?

Prossigo na trilha dos contos fantásticos, geralmente temperados com terror. Escrevo sempre, despretensiosamente, sem um plano definido. Gosto de me encontrar entre os acasos.


Entrevista realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul


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