Wuldson Marcelo é um dos autores da The King. Corintiano apaixonado por
literatura e cinema, nascido em mil novecentos e setenta e nove, em Cuiabá, que
possui Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea e graduação em Filosofia
(ambos pela UFMT). É revisor de textos, colunista da Revista Biografia (http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com.br)
e autor do livro de contos Subterfúgios Urbanos (Editora Multifoco-RJ, dois mil
e treze). Contato com o autor (wuldsonbergman@hotmail.com).
1.
Wuldson Marcelo, como você e a
literatura se conheceram?
Nos
livros didáticos do ensino fundamental. Quando não tinha mais nada para
estudar, minha mãe mandava-me ler os contos, poemas e trechos de romances que
serviam para interpretação de textos das próximas aulas. E assim nunca mais
parei. E, aos dezessete, comecei a escrever para valer. As primeiras tentativas
não foram nem um pouco razoáveis. Creio que depois encontrei o rumo.
2.
Por que a profissão de escritor lhe
interessou?
É
a única forma que encontro para dar vida ao que se cala na garganta.
3.
Por que participar de uma antologia?
A
antologia proporciona a chance de seu texto encontrar ressonância entre textos,
constituir um diálogo fomentado apenas pelo texto e que encontra a possibilidade
de se deparar com uma produção que indique inovação ou padronização. O
importante em uma antologia é esse cruzamento de gostos, de referências que se
pode encontrar em autores que concebem a literatura próxima aos experimentos
que você está ensejando.
4.
Fale um pouco sobre a The King?
A
The King é uma antologia que contribui para um passeio pela literatura fantástica.
É ótimo exercitar como leituras que você faz, mas que não são as influências
mais marcantes na sua literatura, desenvolvem-se em um texto, quando um tema
proposto te desafia a uma incursão nesses territórios mais tenebrosos e fantasiosos
da literatura. O terror em meus textos é mais realista, fruto da violência
urbana ou das emoções incontroláveis.
5.
Como você define o processo que envolve
a compilação de uma antologia?
É
um processo de lapidação, no qual frustração e encanto andam juntos. A partir
da proposta e de uma boa divulgação, o recebimento de textos nos leva a perceber
o quanto a literatura corre pelo mundo e só espera um local, um meio para
resplandecer, confundir, dar a conhecer modos de perceber e criar vida.
6.
Como você vê o mercado editorial
brasileiro para os novos autores?
Complicado.
Em Cuiabá, principalmente. É preciso buscar alternativas, tentar ser
independente, usar a Internet, ou entrar chutando a porta. Porém, é preciso lutar
contra “Jogos Vorazes” e afins, autoajuda e semelhantes, biografias de fenômenos
esdrúxulos e similares. Às vezes é uma disputa injusta num país em que não se
incentiva a leitura e os livros são caros.
7.
Em sua opinião, é possível viver de
literatura no Brasil?
Não. Só se for um fenômeno de
vendas. Mas sim, também, se viver significa respirar literatura e tê-la como
algo fundamental. Nesse sentido, se vive de literatura.
8.
De que maneira a internet atua em sua
vida de escritor?
A internet me ajudou a ser lido,
conquistar publicações em sites, revistas e também jornais impressos. E
auxilia-me na divulgação dos textos e projetos. É preciso usar a internet a
nosso favor, assim abrindo espaço para os livros e para os escritores/amigos
com os quais colaboro.
9.
Qual a influência de Stephen King em sua
literatura?
Eu
sou um grande fã do Stephen King, contudo ele não é uma influência em minha
literatura. Eu adoro “Carrie”, e por isso arrisquei escrever algo próximo a
essa estória chocante e tão envolvente.
10.
Para encerrar: quais teus planos daqui
pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Daqui
a algum tempo será lançada a coletânea “Beatniks, malditos e marginais em
Cuiabá: literatura na ‘Cidade Verde”, que organizo junto com Cinthia Andressa
de Lima e Jana Lauxen, para a Multifoco. Pretendo correr atrás da publicação de
meu primeiro livro de contos escrito, “Obscuro-shi”. E quero preparar uma
antologia de contos sobre mitologia e religiões afro-brasileiras, que organizarei
com o escritor Thiago Costa. Além de finalizar o romance “Lígia entre nós”, que
está inacabado e precisa de uma bela lapidada.
Entrevista realizada pela Editora
Multifoco – Unidade Sul
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