quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Entrevista com os autores da The King (40): Wuldson Marcelo



Wuldson Marcelo é um dos autores da The King. Corintiano apaixonado por literatura e cinema, nascido em mil novecentos e setenta e nove, em Cuiabá, que possui Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea e graduação em Filosofia (ambos pela UFMT). É revisor de textos, colunista da Revista Biografia (http://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com.br) e autor do livro de contos Subterfúgios Urbanos (Editora Multifoco-RJ, dois mil e treze). Contato com o autor (wuldsonbergman@hotmail.com).

1.      Wuldson Marcelo, como você e a literatura se conheceram?
Nos livros didáticos do ensino fundamental. Quando não tinha mais nada para estudar, minha mãe mandava-me ler os contos, poemas e trechos de romances que serviam para interpretação de textos das próximas aulas. E assim nunca mais parei. E, aos dezessete, comecei a escrever para valer. As primeiras tentativas não foram nem um pouco razoáveis. Creio que depois encontrei o rumo.

2.      Por que a profissão de escritor lhe interessou?
É a única forma que encontro para dar vida ao que se cala na garganta.
        
3.      Por que participar de uma antologia?
A antologia proporciona a chance de seu texto encontrar ressonância entre textos, constituir um diálogo fomentado apenas pelo texto e que encontra a possibilidade de se deparar com uma produção que indique inovação ou padronização. O importante em uma antologia é esse cruzamento de gostos, de referências que se pode encontrar em autores que concebem a literatura próxima aos experimentos que você está ensejando.

4.      Fale um pouco sobre a The King?
A The King é uma antologia que contribui para um passeio pela literatura fantástica. É ótimo exercitar como leituras que você faz, mas que não são as influências mais marcantes na sua literatura, desenvolvem-se em um texto, quando um tema proposto te desafia a uma incursão nesses territórios mais tenebrosos e fantasiosos da literatura. O terror em meus textos é mais realista, fruto da violência urbana ou das emoções incontroláveis.

5.      Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
É um processo de lapidação, no qual frustração e encanto andam juntos. A partir da proposta e de uma boa divulgação, o recebimento de textos nos leva a perceber o quanto a literatura corre pelo mundo e só espera um local, um meio para resplandecer, confundir, dar a conhecer modos de perceber e criar vida.

6.      Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Complicado. Em Cuiabá, principalmente. É preciso buscar alternativas, tentar ser independente, usar a Internet, ou entrar chutando a porta. Porém, é preciso lutar contra “Jogos Vorazes” e afins, autoajuda e semelhantes, biografias de fenômenos esdrúxulos e similares. Às vezes é uma disputa injusta num país em que não se incentiva a leitura e os livros são caros.

7.      Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Não. Só se for um fenômeno de vendas. Mas sim, também, se viver significa respirar literatura e tê-la como algo fundamental. Nesse sentido, se vive de literatura.

8.      De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
A internet me ajudou a ser lido, conquistar publicações em sites, revistas e também jornais impressos. E auxilia-me na divulgação dos textos e projetos. É preciso usar a internet a nosso favor, assim abrindo espaço para os livros e para os escritores/amigos com os quais colaboro.

9.      Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
Eu sou um grande fã do Stephen King, contudo ele não é uma influência em minha literatura. Eu adoro “Carrie”, e por isso arrisquei escrever algo próximo a essa estória chocante e tão envolvente.

10.  Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Daqui a algum tempo será lançada a coletânea “Beatniks, malditos e marginais em Cuiabá: literatura na ‘Cidade Verde”, que organizo junto com Cinthia Andressa de Lima e Jana Lauxen, para a Multifoco. Pretendo correr atrás da publicação de meu primeiro livro de contos escrito, “Obscuro-shi”. E quero preparar uma antologia de contos sobre mitologia e religiões afro-brasileiras, que organizarei com o escritor Thiago Costa. Além de finalizar o romance “Lígia entre nós”, que está inacabado e precisa de uma bela lapidada.



Entrevista realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul

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