Marcos Blauth é um dos autores da The King. Tem vinte e dois anos e é estudante do quinto semestre de
Bacharelado em Letras na Universidade Federal do Rio Grande do sul, com ênfase
em Tradução Inglês — Português. É também um grande fã de Stephen King e de
literatura de terror em geral. Contato com o autor (mv.blauth@gmail.com).
1)
Marcos Blauth, como você e a literatura
se conheceram?
Meu
gosto pela literatura tomou maior forma quando eu tinha dezesseis anos. Foi
nessa época em que comecei a ler mais e foi quando conheci clássicos brasileiros,
como Machado de Assis e José de Alencar, e também clássicos e contemporâneos
estrangeiros do gênero terror, como Bram Stoker e Stephen King. Diante das
obras desses autores, minha vontade de não só ler mas também de escrever se
intensificou. De início, escrevi alguns pequenos contos e me matriculei em um
curso de roteiro de cinema. Em 2011 meu gosto pela literatura se transformou em
objeto de estudo, quando me matriculei no curso de Letras da Universidade
Federal do Rio Grande do sul, onde pude me aprofundar no estudo da literatura
-- tanto na análise de romances nacionais e estrangeiros quanto no estudo da
teoria literária --, e na tradução literária de língua inglesa.
2)
Por que a profissão de escritor lhe
interessou?
Porque
sempre gostei de inventar histórias. Na infância, minha brincadeira preferida
era reunir todos os brinquedos que eu tinha e fazer uma história que envolvesse
todos. Desde histórias de pilotos de carros até histórias de invasões alienígenas.
Tudo era motivo para criar. Com o passar do tempo, encontrei a literatura e
pude perceber que ali eu poderia aplicar toda a criatividade que eu tinha.
Então influenciado pelos autores que lia, comecei a criar meu próprios contos.
3)
Por que participar de uma antologia?
Porque
acredito que a antologia tem a capacidade de reunir novos autores e dar força a
eles. Um livro de um autor novo nem sempre é bem aceito (ou por preconceito ou
por puro desconhecimento). Todavia a antologia traz o diversificado, o
múltiplo, e isso incentiva tanto o editor quanto o futuro leitor.
4)
Fale um pouco sobre a The King?
Assim
que fiquei sabendo do concurso, tive uma vontade imediata de participar. Tanto
pela oportunidade de ter um conto publicado, mas principalmente por se tratar
de uma homenagem a um autor de quem tanto gosto e quem tanto leio. Grande parte
das inspirações que tenho para escrever meus contos tem Stephen King e suas
histórias como fonte. Então essa união (oportunidade mais homenagem ao autor)
me fez querer muito ser selecionado para a antologia.
5)
Como você define o processo que envolve
a compilação de uma antologia?
Um
processo que requer uma visão do todo e ao mesmo tempo do particular. A
antologia tem a missão de abranger diversos autores, mas eles precisam conversar
entre si. Um leitor quer uma antologia que o surpreenda a cada nova história,
mas que também mantenha uma coerência enquanto obra. E acredito que definir o
tema da antologia do The King foi totalmente ao encontro disso. O gênero
suspense/terror está ali em todos os contos, e, ao mesmo tempo, esse gênero se
renova com diversos estilos e histórias.
6)
Como você vê o mercado editorial
brasileiro para os novos autores?
Um
mercado ainda difícil, mas que tem se mostrado mais receptivo. Há alguns anos,
era praticamente impensável um novo autor que não tinha conhecidos em editoras
ou que não tinha já certa representatividade social publicar uma obra. Agora,
muitas editoras, dentre as quais a Multifoco se encaixa, dão a oportunidade a
esse novo autor. E, assim, o leitor vai se acostumando cada vez mais a encontrar
novos autores na prateleira das livrarias e começa a experimentá-los.
7)
Em sua opinião, é possível viver de
literatura no Brasil?
Certamente
é possível. Há muitos autores brasileiros que são best-sellers no país, e
alguns também no exterior. Porém, sem dúvida, não é algo fácil. Nem sempre a
qualidade basta para tornar uma obra conhecida e bem vendida. É preciso persistência,
um bom planejamento de marketing do autor e editor; pois, mesmo sendo uma obra
de arte, o livro é também uma mercadoria.
8)
De que maneira a internet atua em sua
vida de escritor?
Embora
eu escreva há algum tempo, minhas histórias geralmente se limitavam a
familiares e amigos. Nunca as expus para pessoas de fora nem na internet. Contudo,
com a boa experiência que obtive na participação do concurso da The King (que
encontrei na internet), começarei a utilizar o meio on-line para divulgar meu
trabalho. Talvez criando um blog ou postando alguns contos em sites de
compartilhamento, como o Wattpad.
9)
Qual a influência de Stephen King em sua
literatura?
Sem
dúvida, Stephen King foi a principal razão de eu começar a escrever. Ler suas
histórias me encheu de vontade de também poder criar. Sua capacidade de colocar
personagens reais em situações fantásticas me encantou e ainda me encanta. Me
fez querer trabalhar com o misterioso e com o suspense em meus escritos.
10)
Para encerrar: quais teus planos daqui
pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Meu
próximo passo é verter para o inglês uma novela que escrevi no início do ano, a
fim de veiculá-la em sites estrangeiros, e dar início a escrita de um romance
que venho planejando há algum tempo.
Entrevista realizada
pela Editora Multifoco – Unidade Sul
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