quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Entrevista com os autores da The King (26): Marcos Blauth




Marcos Blauth é um dos autores da The King. Tem vinte e dois anos e é estudante do quinto semestre de Bacharelado em Letras na Universidade Federal do Rio Grande do sul, com ênfase em Tradução Inglês — Português. É também um grande fã de Stephen King e de literatura de terror em geral. Contato com o autor (mv.blauth@gmail.com).

1)      Marcos Blauth, como você e a literatura se conheceram?
Meu gosto pela literatura tomou maior forma quando eu tinha dezesseis anos. Foi nessa época em que comecei a ler mais e foi quando conheci clássicos brasileiros, como Machado de Assis e José de Alencar, e também clássicos e contemporâneos estrangeiros do gênero terror, como Bram Stoker e Stephen King. Diante das obras desses autores, minha vontade de não só ler mas também de escrever se intensificou. De início, escrevi alguns pequenos contos e me matriculei em um curso de roteiro de cinema. Em 2011 meu gosto pela literatura se transformou em objeto de estudo, quando me matriculei no curso de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do sul, onde pude me aprofundar no estudo da literatura -- tanto na análise de romances nacionais e estrangeiros quanto no estudo da teoria literária --, e na tradução literária de língua inglesa. 

2)      Por que a profissão de escritor lhe interessou?
Porque sempre gostei de inventar histórias. Na infância, minha brincadeira preferida era reunir todos os brinquedos que eu tinha e fazer uma história que envolvesse todos. Desde histórias de pilotos de carros até histórias de invasões alienígenas. Tudo era motivo para criar. Com o passar do tempo, encontrei a literatura e pude perceber que ali eu poderia aplicar toda a criatividade que eu tinha. Então influenciado pelos autores que lia, comecei a criar meu próprios contos.

3)      Por que participar de uma antologia?
Porque acredito que a antologia tem a capacidade de reunir novos autores e dar força a eles. Um livro de um autor novo nem sempre é bem aceito (ou por preconceito ou por puro desconhecimento). Todavia a antologia traz o diversificado, o múltiplo, e isso incentiva tanto o editor quanto o futuro leitor.

4)      Fale um pouco sobre a The King?
Assim que fiquei sabendo do concurso, tive uma vontade imediata de participar. Tanto pela oportunidade de ter um conto publicado, mas principalmente por se tratar de uma homenagem a um autor de quem tanto gosto e quem tanto leio. Grande parte das inspirações que tenho para escrever meus contos tem Stephen King e suas histórias como fonte. Então essa união (oportunidade mais homenagem ao autor) me fez querer muito ser selecionado para a antologia.

5)      Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Um processo que requer uma visão do todo e ao mesmo tempo do particular. A antologia tem a missão de abranger diversos autores, mas eles precisam conversar entre si. Um leitor quer uma antologia que o surpreenda a cada nova história, mas que também mantenha uma coerência enquanto obra. E acredito que definir o tema da antologia do The King foi totalmente ao encontro disso. O gênero suspense/terror está ali em todos os contos, e, ao mesmo tempo, esse gênero se renova com diversos estilos e histórias.

6)      Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Um mercado ainda difícil, mas que tem se mostrado mais receptivo. Há alguns anos, era praticamente impensável um novo autor que não tinha conhecidos em editoras ou que não tinha já certa representatividade social publicar uma obra. Agora, muitas editoras, dentre as quais a Multifoco se encaixa, dão a oportunidade a esse novo autor. E, assim, o leitor vai se acostumando cada vez mais a encontrar novos autores na prateleira das livrarias e começa a experimentá-los.
7)      Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Certamente é possível. Há muitos autores brasileiros que são best-sellers no país, e alguns também no exterior. Porém, sem dúvida, não é algo fácil. Nem sempre a qualidade basta para tornar uma obra conhecida e bem vendida. É preciso persistência, um bom planejamento de marketing do autor e editor; pois, mesmo sendo uma obra de arte, o livro é também uma mercadoria.

8)      De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
Embora eu escreva há algum tempo, minhas histórias geralmente se limitavam a familiares e amigos. Nunca as expus para pessoas de fora nem na internet. Contudo, com a boa experiência que obtive na participação do concurso da The King (que encontrei na internet), começarei a utilizar o meio on-line para divulgar meu trabalho. Talvez criando um blog ou postando alguns contos em sites de compartilhamento, como o Wattpad.

9)      Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
Sem dúvida, Stephen King foi a principal razão de eu começar a escrever. Ler suas histórias me encheu de vontade de também poder criar. Sua capacidade de colocar personagens reais em situações fantásticas me encantou e ainda me encanta. Me fez querer trabalhar com o misterioso e com o suspense em meus escritos.

10)  Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Meu próximo passo é verter para o inglês uma novela que escrevi no início do ano, a fim de veiculá-la em sites estrangeiros, e dar início a escrita de um romance que venho planejando há algum tempo.


Entrevista realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul

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