Renato G. Cunha, um dos autores da The King, é Engenheiro Civil
pós-graduado em Tecnologia da Informação. Teve seu primeiro livro publicado aos
vinte e dois anos de idade, no estilo Western. Publicou também dois contos na
Coletânea O Grimoire dos Vampiros e mais dois em UFO – Contos não identificados.
Publicou o livro Os Homens sem Rosto, pela Ed. Multifoco, lançado na Bienal de
S. Paulo em dois mil e dez. Contato como autor (renatoocunha@ig.com.br).
1.
Renato, como você e a literatura se
conheceram?
Sempre fui um leitor apaixonado de clássicos, romances históricos,
terror e história propriamente dita, influenciado por minha avó e meus tios,
todos amantes da cultura.
2.
Por que a profissão de escritor lhe
interessou?
Acho que todo o leitor realmente apaixonado sonha um dia em escrever
a estória perfeita. Como um fã do horror, é claro que me inclinei para o
gênero, escrevendo meus contos desde meus 15 anos.
3.
Por que participar de uma antologia?
Antologias são, em minha opinião, um excelente teste e treinamento
para quem pretende escrever. São
vitrines onde trabalhos do autor aparecem junto com os de outros, permitindo
uma grande troca de experiências e informações.
Fale
um pouco sobre a The King?
A antologia The King visa a homenagear um dos maiores escritores atuais
do gênero, um autor que revolucionou a arte do horror, trazendo-o para nosso
cotidiano moderno, para o subúrbio americano. Tal antologia homenageando um
expoente da arte é uma preciosa
oportunidade para qualquer um que deseje ver seu trabalho reconhecido e
avaliado.
4.
Como você define o processo que envolve
a compilação de uma antologia?
Um processo de escolha muito delicado, pois sua perfeita sintonia
assemelha-se muito a uma orquestra sinfônica. Não deve bastar apenas a
qualidade individual das estórias compiladas, mas a sua adequação ao todo do
livro.
5.
Como você vê o mercado editorial
brasileiro para os novos autores?
É um mercado fechado, onde raríssimas oportunidades são dadas. O
autor deve aliar a excelência de seu trabalho a um perfeito marketing pessoal,
para furar a grossa camada de gelo que os separa do público leitor. As Editoras
nesse ponto, pouco tem feito para ajudar.
6.
Em sua opinião, é possível viver de
literatura no Brasil?
É possível, mas para uma camada muito especial de escritores, que é
a dos que encontraram seu nicho e seu público, convencendo as editoras e investirem
neles.
7.
De que maneira a internet atua em sua
vida de escritor?
Apesar de analista de sistemas durante 23 anos, ainda não usei
plenamente essa ferramenta. Por falta de tempo ainda não tenho um blog ou uma
página sobre literatura. Pretendo usá-la mais amiúde daqui para frente.
8.
Qual a influência de Stephen King em sua
literatura?
Toda influência. Os que lêem meus contos identificam uma forte
influência americana, uma forte influência de Stephen King. Procuro ser, como
ele, mais conciso, conduzindo a estória com um “timing” que prenda o leitor até
a conclusão. Nisso, o homem é um mestre.
9.
Para encerrar: quais teus planos daqui
pra frente? Já têm um livro na manga, projetos, publicações?
Estou com mais quatro contos se candidatando a várias coletâneas. Um
deles acabou de ser escolhido pela Multifoco para a coletânea sobre Poe. Tenho
um livro pronto para ser mostrado à editora, com contos de horror que se passam
no mar, quer num submarino alemão, quer em uma expedição viking do século IX,
quer ainda a bordo de um veleiro de cruzeiro. Como me dedico à história germânica
e naval, sinto-me bastante a vontade nesse campo.
Entrevista realizada
pela Editora Multifoco – Unidade Sul
Muito boa a entrevista. Séria, sincera e realista.
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