Ricardo
Guilherme dos Santos, um dos autores da The
King, é funcionário público e, nas horas vagas, tenta aperfeiçoar-se na
arte de escrever. Admirador da literatura fantástica; lançou duas publicações
pela Giz Editorial: o romance O Espaço Inexplorado, no ano de dois mil e dez e
a coletânea Fragmentos, em dois mil e doze. Contato com o autor pelo e-mail (oespacoinexplorado@gmail.com).
1.
Ricardo Guilherme, como você e a
literatura se conheceram?
Dois romances marcaram
minha infância. O primeiro foi A Vaca
Voadora, de Edy Lima, uma obra
que me parece ficar mais bem categorizada na designação “novela”. Esta foi a
primeira “estória longa” que li e me chamou muito a atenção. Entretanto, o primeiro
romance a me cativar realmente foi Vamos
Aquecer o Sol, de José Mauro de
Vasconcelos. Eu o ganhei de uma professora, quando tinha dez anos de idade e
cursava a antiga “quarta série primária”. A paixão pela literatura começou aí.
2.
Por que a profissão de escritor lhe
interessou?
Minhas primeiras
leituras (como os dois livros que mencionei acima) mostraram-me novos
universos, novas realidades, que me encantaram e estimularam muito minha imaginação.
Passei a desejar fazer o mesmo que os autores daqueles textos; queria ter a alegria
de também proporcionar este divertimento a outras pessoas. Fiquei feliz ano
notar, nos anos seguintes, que eu também tinha talento (embora muito
incipiente) para inventar personagens e situações. Comecei a escrever versos e
músicas, mas logo vi que me sentia mais à vontade ao contar “histórias”
maiores.
3.
Por que participar de uma antologia?
As antologias são
ótimas na tarefa de ajudar o escritor a se tornar mais conhecido, não apenas
entre os leitores do gênero literário a que a antologia melhor se enquadra, mas
também por outros escritores, com os quais o novo autor pode trocar
experiências e conhecimentos (além de, é claro, ter a possibilidade de fazer
novas amizades).
4.
Fale um pouco sobre a The King?
Stephen
King
é o que podemos chamar “o cara” no reino da ficção de horror e terror. Conheci
seu trabalho primeiro por intermédio dos filmes que se basearam em obras literárias
de sua autoria. Foi então que comecei a ler seus textos e me tornar um grande
fã do escritor inventivo e inspirado que ele é. Fazer parte da The King (aliás, uma homenagem mais do
que bem-vinda ao mestre Stephen) é
uma honra. Estou confiante que esta publicação da Multifoco será um grande sucesso entre os fãs de horror/terror.
5.
Como você define o processo que envolve
a compilação de uma antologia?
Imagino que seja um
trabalho fascinante para os organizadores. A tarefa de leitura e seleção dos
textos enviados deve consumir muitas energias, mas creio que a felicidade de
ver o trabalho pronto (e, pelo que pude ver no miolo da The King, um ótimo trabalho) deve compensar todo o desgaste gerado
pelo processo de compilação.
6.
Como você vê o mercado editorial
brasileiro para os novos autores?
São muitos autores para
poucos leitores dispostos a conhecê-los. Uma pena, mas é a visão que eu tenho
no momento. Todavia, creio que antologias como a The King têm um papel muito importante no desbravamento deste
mercado, pois, embora tragam ao público autores desconhecidos (ou pouco
conhecidos), remetem à lembrança de um escritor renomado. Aqueles que curtem o
estilo de Stephen King podem se
sentir atraídos por um livro que o homenageia com seus textos, o que me parece
ser uma ótima oportunidade para quem está chegando ao concorrido mercado
literário e quer mostrar que tem talento para ganhar espaço dentro dele.
7.
Em sua opinião, é possível viver de
literatura no Brasil?
Atualmente, acho que
não dá nem para cogitar isto. Os leitores que temos aqui, em sua grande
maioria, estão mais interessados nos grandes clássicos, em obras que já foram
sucesso em outros países e estão sendo trazidas para cá pelas grandes editoras.
Mas... estamos aqui também para ajudar a mudar este cenário, não é? Estimular a
população a ler mais e a dar um crédito maior aos autores tupiniquins, mostrando-lhes boas obras, pode iniciar o processo de
mudança que tanto almejamos.
8.
De que maneira a internet atua em sua
vida de escritor?
É uma ferramenta
maravilhosa, que lhe possibilita disponibilizar textos, ter o que se chama feedback, bem como acesso a diversos
textos de autores de vários gêneros literários. A internet auxilia o escritor no processo de troca de experiências
com outros escritores e ajuda-o a manter-se atualizado sobre as novas
tendências literárias. Por outro lado, ela também nos mostra que há muitos
novos autores concorrendo em um mercado literário que ainda é [muito] pequeno. É
possível perceber por intermédio dela que melhorar a escrita continuamente é
fundamental. Você sente a necessidade de mostrar que é o que chamam de um
escritor diferenciado.
9.
Qual a influência de Stephen King em sua
literatura?
A leitura de seus
textos instigou-me o interesse em me embrenhar no emaranhado da mente humana.
Passei a buscar desvendar os medos, receios e desejos bem escondidos, por vezes
em razão de um mecanismo de autoproteção que criamos de forma inconsciente. Stephen mostrou-me que o insólito em
nosso cérebro é um território fértil e que ele, quando desbravado com
habilidade, traz mais do que sustos e arrepios aos leitores e ao próprio
escritor: pode trazer respostas. Ou mais perguntas.
10.
Para encerrar: quais teus planos daqui
pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Tenho duas
autopublicações: um romance que se enquadra no gênero ficção científica, bem como uma coletânea com textos
diversificados. Possuo também um conto na publicação oficial do Clube de
Leitores de Ficção Científica, o CLFC (http://www.clfc.com.br/somnium/Somnium104.pdf).
Nos meses mais recentes, tenho trabalhado em contos e noveletas, enviando-os
para concorrer em antologias literárias. Um novo romance está a caminho, porém
ainda em seus primeiros passos.
Agradeço aos
organizadores da The King pela
oportunidade de divulgar meu trabalho como escritor!
Entrevista realizada
pela Editora Multifoco – Unidade Sul
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