sábado, 10 de agosto de 2013

Entrevista com os autores da The King (32): Ricardo Guilherme dos Santos



Ricardo Guilherme dos Santos, um dos autores da The King, é funcionário público e, nas horas vagas, tenta aperfeiçoar-se na arte de escrever. Admirador da literatura fantástica; lançou duas publicações pela Giz Editorial: o romance O Espaço Inexplorado, no ano de dois mil e dez e a coletânea Fragmentos, em dois mil e doze. Contato com o autor pelo e-mail (oespacoinexplorado@gmail.com).

1.      Ricardo Guilherme, como você e a literatura se conheceram?
Dois romances marcaram minha infância. O primeiro foi A Vaca Voadora, de Edy Lima, uma obra que me parece ficar mais bem categorizada na designação “novela”. Esta foi a primeira “estória longa” que li e me chamou muito a atenção. Entretanto, o primeiro romance a me cativar realmente foi Vamos Aquecer o Sol, de José Mauro de Vasconcelos. Eu o ganhei de uma professora, quando tinha dez anos de idade e cursava a antiga “quarta série primária”. A paixão pela literatura começou aí.

2.      Por que a profissão de escritor lhe interessou?
Minhas primeiras leituras (como os dois livros que mencionei acima) mostraram-me novos universos, novas realidades, que me encantaram e estimularam muito minha imaginação. Passei a desejar fazer o mesmo que os autores daqueles textos; queria ter a alegria de também proporcionar este divertimento a outras pessoas. Fiquei feliz ano notar, nos anos seguintes, que eu também tinha talento (embora muito incipiente) para inventar personagens e situações. Comecei a escrever versos e músicas, mas logo vi que me sentia mais à vontade ao contar “histórias” maiores.

3.      Por que participar de uma antologia?
As antologias são ótimas na tarefa de ajudar o escritor a se tornar mais conhecido, não apenas entre os leitores do gênero literário a que a antologia melhor se enquadra, mas também por outros escritores, com os quais o novo autor pode trocar experiências e conhecimentos (além de, é claro, ter a possibilidade de fazer novas amizades).

4.      Fale um pouco sobre a The King?
Stephen King é o que podemos chamar “o cara” no reino da ficção de horror e terror. Conheci seu trabalho primeiro por intermédio dos filmes que se basearam em obras literárias de sua autoria. Foi então que comecei a ler seus textos e me tornar um grande fã do escritor inventivo e inspirado que ele é. Fazer parte da The King (aliás, uma homenagem mais do que bem-vinda ao mestre Stephen) é uma honra. Estou confiante que esta publicação da Multifoco será um grande sucesso entre os fãs de horror/terror.

5.      Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Imagino que seja um trabalho fascinante para os organizadores. A tarefa de leitura e seleção dos textos enviados deve consumir muitas energias, mas creio que a felicidade de ver o trabalho pronto (e, pelo que pude ver no miolo da The King, um ótimo trabalho) deve compensar todo o desgaste gerado pelo processo de compilação.

6.      Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
São muitos autores para poucos leitores dispostos a conhecê-los. Uma pena, mas é a visão que eu tenho no momento. Todavia, creio que antologias como a The King têm um papel muito importante no desbravamento deste mercado, pois, embora tragam ao público autores desconhecidos (ou pouco conhecidos), remetem à lembrança de um escritor renomado. Aqueles que curtem o estilo de Stephen King podem se sentir atraídos por um livro que o homenageia com seus textos, o que me parece ser uma ótima oportunidade para quem está chegando ao concorrido mercado literário e quer mostrar que tem talento para ganhar espaço dentro dele.

7.      Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Atualmente, acho que não dá nem para cogitar isto. Os leitores que temos aqui, em sua grande maioria, estão mais interessados nos grandes clássicos, em obras que já foram sucesso em outros países e estão sendo trazidas para cá pelas grandes editoras. Mas... estamos aqui também para ajudar a mudar este cenário, não é? Estimular a população a ler mais e a dar um crédito maior aos autores tupiniquins, mostrando-lhes boas obras, pode iniciar o processo de mudança que tanto almejamos.

8.      De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
É uma ferramenta maravilhosa, que lhe possibilita disponibilizar textos, ter o que se chama feedback, bem como acesso a diversos textos de autores de vários gêneros literários. A internet auxilia o escritor no processo de troca de experiências com outros escritores e ajuda-o a manter-se atualizado sobre as novas tendências literárias. Por outro lado, ela também nos mostra que há muitos novos autores concorrendo em um mercado literário que ainda é [muito] pequeno. É possível perceber por intermédio dela que melhorar a escrita continuamente é fundamental. Você sente a necessidade de mostrar que é o que chamam de um escritor diferenciado.

9.      Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
A leitura de seus textos instigou-me o interesse em me embrenhar no emaranhado da mente humana. Passei a buscar desvendar os medos, receios e desejos bem escondidos, por vezes em razão de um mecanismo de autoproteção que criamos de forma inconsciente. Stephen mostrou-me que o insólito em nosso cérebro é um território fértil e que ele, quando desbravado com habilidade, traz mais do que sustos e arrepios aos leitores e ao próprio escritor: pode trazer respostas. Ou mais perguntas.

10.  Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Tenho duas autopublicações: um romance que se enquadra no gênero ficção científica, bem como uma coletânea com textos diversificados. Possuo também um conto na publicação oficial do Clube de Leitores de Ficção Científica, o CLFC (http://www.clfc.com.br/somnium/Somnium104.pdf). Nos meses mais recentes, tenho trabalhado em contos e noveletas, enviando-os para concorrer em antologias literárias. Um novo romance está a caminho, porém ainda em seus primeiros passos.
Agradeço aos organizadores da The King pela oportunidade de divulgar meu trabalho como escritor!


Entrevista realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul

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