segunda-feira, 22 de julho de 2013

Entrevista com os autores da The King (18): Jeremias Soares



Jeremias Soares é organizador e um dos autores da The King. Lançou pela Editora Multifoco em dois mil e doze, o livro O Sobrado da Rua Velha, onde iniciou a sua ainda recente carreira de escritor. Participou das antologias: Colorados — Nada Vai Nos Separar e Contos Medonhos. Tem vinte e nove anos e mora na cidade de Canoas/RS. Mantém o blog (www.jeremiassoares.blogspot.com.br). Contato com o autor pelo e-mail (jeremias.soares@outlook.com).

1.      Jeremias, como você e a literatura se conheceram?
Quando criança, desenhava gibis e lia centenas de revistas. Lá pelos dezessete anos, descobri O Cemitério, de Stephen King. Foi paixão à primeira vista. Comecei a devorar todos os livros dele, e jamais vou esquecer a sensação que sentia ao fazer isso. Como curtia escrever redações na época e tinha a cabeça sempre pensando em alguma história, deduzi que poderia me aventurar nesta arte. Escrevo desde os dezoito, porém, a primeira coisa aceitável que criei foi meu primeiro livro: O Sobrado da Rua Velha.

2.      Por que a profissão de escritor lhe interessou?
Porque escrever é, acima de tudo, um prazer. Você se diverte criando estórias, personagens, montando textos, etc. Não sou um escritor profissional. Estou longe disso ainda. Mas a possibilidade de fazer isso virar uma profissão é fascinante.

3.      Por que participar de uma antologia?
Antologia é a melhor maneira de você mostrar o seu trabalho e abrir portas no mercado literário. Publicar um livro solo demanda investimento financeiro e detalhes um tanto complexos para um iniciante. A realidade no Brasil para novos autores não é animadora, no entanto, coletâneas de contos podem ser uma boa opção para quem deseja dar um primeiro passo.

4.      Fale um pouco sobre a The King?
Embora seja mais uma antologia com contos de terror, eu a considerei emblemática desde a sua concepção. E ela é mesmo, começando pelo título. A ideia de homenagear King é tão forte que a quantidade e qualidade de contos enviados superaram as expectativas. São poucas as antologias que, planejadas para um volume, viram dois. The King será marcante para muita gente, desde autores até leitores. Um divisor de águas. Algo que vai ser eterno, assim como os trabalhos do Mestre. Os dois volumes serão lidos, relidos e guardados com carinho. Tenho certeza disso.

5.      Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
Como co-organizador, eu tenho a chance de participar ativamente de quase todo o processo. As pessoas não imaginam o quanto é trabalhoso trazer ao mundo uma antologia (eu também não imaginava antes de receber o convite). São muitas minúcias. Por mais descontraído que o livro possa parecer, os procedimentos que o produzem são metódicos e precisos.

6.      Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
As dificuldades dependem do talento e principalmente da dedicação do escritor aspirante. O novo autor precisa saber que a sua inserção na carreira literária provavelmente será acompanhada de um investimento financeiro, ainda mais se quiser publicar um livro solo. Por mais que existam editoras democráticas, o autor precisa se comprometer de alguma maneira com o seu dinheiro. Também é necessário saber que o trabalho não chega ao fim quando a última linha é escrita. O livro não se vende sozinho, portanto, o escritor precisa se dedicar à venda e à divulgação da sua criação. Como também sou novo autor, ainda estou descobrindo os caminhos.

7.      Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Se você, além de escritor, trabalhar como revisor ou for colaborador de uma editora, provavelmente poderá viver de literatura. Mas, se for somente escritor, creio que as dificuldades serão maiores.

8.      De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
Eu não consigo escrever sem ter o Google aberto junto com o processador de textos. A internet não é necessária para desenvolver uma estória, contudo, serve para enriquecê-la. Depois vem a parte da divulgação. A internet, neste aspecto, é ainda mais essencial.

9.      Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
Total! Eu comecei a escrever graças aos livros dele! Stephen King me fez descobrir o quanto os livros podem despertar emoções intensas. No entanto, tem uma parte da sua influência que não é muito positiva para mim. Eu tendo a inflar as minhas estórias, assim como o Mestre. Mas o problema é que eu não tenho nem 1% do seu talento (risos). Outro problema: se você for escrever um “livrão”, terá que realizar um investimento financeiro ainda maior para produzi-lo.

10.  Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Além de trabalhar a divulgação do meu primeiro livro solo – O Sobrado da Rua Velha –, submeti o meu segundo a um projeto literário da cidade onde moro. Se for aprovado, poderá ser produzido em breve. Chama-se A Mão de Celina e é uma história que mistura drama, romance e suspense sobrenatural. Ideias para um terceiro livro estão sendo amadurecidas.

Entrevista realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul


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