Bruno
Wolff, um dos autores da The King,
é de Arcos/MG. É um ávido leitor de literatura fantástica desde
criança. Tem como vício, músicas de bandas de várias vertentes do
Metal. Em dois mil e nove, após ler um livro de Stephen King,
começou a escrever contos de terror e alguns ele publica em seu
blog, o ASAS NEGRAS. Teve um de seus contos publicado na antologia
Histórias Fantásticas vol. II, pela Cidadela Editorial. Contato com
o autor (brcontosdeterror@gmail.com).
- Bruno, como você e a literatura se conheceram?
Bem
cedo. Aos seis anos, pouco antes de entrar na escola, lembro-me de
pedir aos meus irmãos para lerem seus livros infantis para mim, e
quando eles não liam, eu estudava as ilustrações e ficava
imaginando a história. Então, desde quando aprendi a ler, tenho
sempre livros em mãos, embora tenha descoberto meu gênero preferido
um pouco tarde.
- Por que a profissão de escritor lhe interessou?
Sempre
gostei de histórias, lidas, assistidas e ouvidas. Umas das coisas
mais agradáveis para mim é ler um bom livro ou sentar ao lado de
uma pessoa para ouvir uma boa história, um causo, seja ficcional ou
não. E não sou o único.
Criar histórias,
para mim, é tão bom quanto ouvi-las, mexer com o imaginário das
pessoas, poder fazê-las sentir vários tipos de emoções é
incrível. Escrever também é uma terapia, me deixa relaxado e
tranquilo. Naqueles dias chatos e fatídicos, procuro buscar uma
idéia, desenvolvê-la e escrevê-la, aí meu ânimo ressurge. É
como o nascer do sol, que empurra as trevas para longe e traz luz e
calor. Não tomo agora esta como minha profissão, pois estou
começando, tenho que trilhar um longo caminho até me ver como um
profissional.
- Por que participar de uma antologia?
É
uma ótima oportunidade para aprender mais, conhecer novos autores,
alcançar novos leitores, ter críticas e sugestões. Além disso,
ter um livro no qual seu nome e sua história nele fora publicada é
algo gratificante, um sonho realizado.
- Fale um pouco sobre a The King?
É
uma idéia maravilhosa e original, onde novos autores homenageiam
numa antologia, um dos melhores escritores de terror, Stephen King,
com seus contos inspirados e medonhos.
- Como você define o processo que envolve a compilação de uma antologia?
É
um trabalho muito sério e responsável, que deve ser dirigido por
bons profissionais a fim de selecionar dentre inúmeros contos os que
mais se identifiquem
com
o tema proposto pela editora promotora.
- Como você vê o mercado editorial brasileiro para os novos autores?
Hoje
em dia existem muitas chamadas para antologias de editoras, que assim
como a Multifoco, pensa no novo autor e está disposta a dar um
empurrão, mas acredito que seja uma área muito competitiva.
- Em sua opinião, é possível viver de literatura no Brasil?
Difícil,
mas não impossível. Muitos leitores e editoras brasileiras
subestimam os autores nacionais, acreditam que bons autores só se
fazem lá fora. Já li vários autores nacionais surpreendentes,
originais e talentosos que infelizmente não têm o devido
reconhecimento e valor, e isso me deixa indignado. Pra ter
notoriedade aqui, além de ter talento e sorte, penso que tem que
divulgar exaustivamente.
- De que maneira a internet atua em sua vida de escritor?
Atua
de uma forma muito positiva. Através dela, fiz um blog, o Asas
Negras, onde pude postar alguns contos dos quais recebi críticas e
sugestões, que ajudaram a desenvolver minha escrita e me impulsionou
a escrever mais. É com certeza o melhor meio de divulgação.
- Qual a influência de Stephen King em sua literatura?
As histórias que
criava antes de conhecer Stephen King não me satisfaziam
inteiramente. Embora fossem ótimos livros naquele gênero, não
sentia inspiração ao lê-los. Queria algo diferente, mas não sabia
o que. Em 2009 tive meu primeiro contato com a literatura de terror,
e o primeiro livro que li foi O Cemitério, do mestre King.
Experimentei sensações nunca sentidas ao ler um livro antes. Foi aí
que descobri qual direção queria tomar, e desde então venho
escrevendo minhas histórias de terror.
- Para encerrar: quais teus planos daqui pra frente? Já tem um livro na manga, projetos, publicações?
Estou
selecionando e revisando alguns contos para uma antologia. Em breve
entrarei na luta pela publicação. Estou também desenvolvendo um
romance.
Entrevista
realizada pela Editora Multifoco – Unidade Sul